os pés-de-boi
ou patas-de-vaca
que importa?
têm flores desenhadas
belas e cheirosas
mas em encostas abissais
a flor do ópio
que induz ao pulo
ao infinito de sensações
ergue-se em resistência
quase frágil
sob os olhos do leste
sob a ânsia e a cólera
só existe pelo fato
doutro querer-lhe
a essência vertiginosa
que importa?
a flor do ópio
impera soberana
a visagem humana
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
a flor do ópio
os pés-de-boi
ou patas-de-vaca
que importa?
têm flores desenhadas
belas e cheirosas
mas em encostas abissais
a flor do ópio
que induz ao pulo
ao infinito de sensações
ergue-se em resistência
quase frágil
sob os olhos do leste
sob a ânsia e a cólera
só existe pelo fato
doutro querer-lhe
a essência vertiginosa
que importa?
a flor do ópio
impera soberana
a visagem humana
ou patas-de-vaca
que importa?
têm flores desenhadas
belas e cheirosas
mas em encostas abissais
a flor do ópio
que induz ao pulo
ao infinito de sensações
ergue-se em resistência
quase frágil
sob os olhos do leste
sob a ânsia e a cólera
só existe pelo fato
doutro querer-lhe
a essência vertiginosa
que importa?
a flor do ópio
impera soberana
a visagem humana
Flores-de-maio
Flores-de-maio
as flores,
amores,
verdades,
as dores.
Flores-de-maio
as dores,
flores,
saudades,
amores.
as flores,
amores,
verdades,
as dores.
Flores-de-maio
as dores,
flores,
saudades,
amores.
sobre as flores
das papoulas oníricas
líricas como transe
empapuço-me
e torpe, talvez imbecilizado
abestiado
escarro minha rima
esverdeada e podre
cuspo a perversão, o ciúme,
a inveja humana
não amo, não protejo
apenas cortejo
o que quero fúnebre
e inebriado
encorajo-me
sou verso no gargarejo
e poesia de lampejo.
líricas como transe
empapuço-me
e torpe, talvez imbecilizado
abestiado
escarro minha rima
esverdeada e podre
cuspo a perversão, o ciúme,
a inveja humana
não amo, não protejo
apenas cortejo
o que quero fúnebre
e inebriado
encorajo-me
sou verso no gargarejo
e poesia de lampejo.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
ham ã'bae
agruras não me assustam
sei bem como me adaptar
apetecem-me as pedras
frestas sombrias
ham ã'bae, ham ã'bae
é inútil me chamar
sei bem como me adaptar
apetecem-me as pedras
frestas sombrias
ham ã'bae, ham ã'bae
é inútil me chamar
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
rei menino
seus olhos são bagos inertes
que encolhidos buscam o fundo
esbugalham-se para germinar
rasgam as retinas e brotam
fazem-se raiz e caule
flores e frutos
seus olhos são sementes tristes
que mal se aquecem sob a terra
esse corpo franzino e fala fraca
causam-me comoção e quase reclamam
o trono que já era seu
antes mesmo que nascesse.
que encolhidos buscam o fundo
esbugalham-se para germinar
rasgam as retinas e brotam
fazem-se raiz e caule
flores e frutos
seus olhos são sementes tristes
que mal se aquecem sob a terra
esse corpo franzino e fala fraca
causam-me comoção e quase reclamam
o trono que já era seu
antes mesmo que nascesse.
domingo, 14 de novembro de 2010
éter/ mater/ fêmea
quando redescobrirem meu valor fêmeo
quando voltarem-se para o sentido mater
hei de entenderem a postura do mundo
como quem desnuda o natural, o signo Magno
da VIDA
sou mulher-terra que nasceu para doar-se
sua colheita vem de meus rasgos
de meu calor silencioso
inteira e plena doou-me
até esgotar-me
eis meu sentido de renovação
da terra à terra e amanheço a cada dia
como a esperança de quem sabe de onde tirar
enquanto quiser meu peito
mesmo que cansada e faminta
ainda darei de mamar
enquanto quiser meu corpo
mesmo que cansada e desesperada
ainda hei de amar.
quando voltarem-se para o sentido mater
hei de entenderem a postura do mundo
como quem desnuda o natural, o signo Magno
da VIDA
sou mulher-terra que nasceu para doar-se
sua colheita vem de meus rasgos
de meu calor silencioso
inteira e plena doou-me
até esgotar-me
eis meu sentido de renovação
da terra à terra e amanheço a cada dia
como a esperança de quem sabe de onde tirar
enquanto quiser meu peito
mesmo que cansada e faminta
ainda darei de mamar
enquanto quiser meu corpo
mesmo que cansada e desesperada
ainda hei de amar.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
meus pés
esses de laranja
enoitados
quase tangerina
és mexerica enredeira
aberta em gomos
por minhas mãos!
enoitados
quase tangerina
és mexerica enredeira
aberta em gomos
por minhas mãos!
flor irreversível
o que me tomba são esses olhos
essa passagem turva
que a miopia
teima em ofuscar
nem chegue muito perto, moço
que cá em minha matuteza
só sei do seco e da aspereza
da lamúria de fundo de poço
quem dera assim
cansada da labuta
esperasse livre, que não a luta
e nem causasse tanto desgosto
sou eu mesma,
essa flor irreversível
esse ser indivisível que teima
em preservar-se ileso
quem dera fosse solta de nós
e desprendida de egoísmos
seria calmo meu lirismo
e essa gota de devoção
pare estrangeiro
não te dei o direito
de invadir meu peito
e devassar minha canção
mas que venha sóbrio
de dom e de coração
e que nesse verso
pratique a imensidão.
essa passagem turva
que a miopia
teima em ofuscar
nem chegue muito perto, moço
que cá em minha matuteza
só sei do seco e da aspereza
da lamúria de fundo de poço
quem dera assim
cansada da labuta
esperasse livre, que não a luta
e nem causasse tanto desgosto
sou eu mesma,
essa flor irreversível
esse ser indivisível que teima
em preservar-se ileso
quem dera fosse solta de nós
e desprendida de egoísmos
seria calmo meu lirismo
e essa gota de devoção
pare estrangeiro
não te dei o direito
de invadir meu peito
e devassar minha canção
mas que venha sóbrio
de dom e de coração
e que nesse verso
pratique a imensidão.
natureza morta
rubras reluzem sobre o móvel turvo
maçãs numa cesta ovalada copulam
livres e notívagas, quem há de punir?
impuras não atingiram chão ou céu
perdem-se no pecado de serem suas
maduras e nuas sob moldura de papel.
maçãs numa cesta ovalada copulam
livres e notívagas, quem há de punir?
impuras não atingiram chão ou céu
perdem-se no pecado de serem suas
maduras e nuas sob moldura de papel.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
aurora
parece-me o raiar dos deuses
estadia entre o negro
e o glorioso amanhecer
tens o riso adorável
fúria inominável
e coração em desapego
tudo é humilde diante
desses olhos floridos
e dessa boca penitente
tudo me é suportável
se tua voz e língua
se fendam em meus lábios.
estadia entre o negro
e o glorioso amanhecer
tens o riso adorável
fúria inominável
e coração em desapego
tudo é humilde diante
desses olhos floridos
e dessa boca penitente
tudo me é suportável
se tua voz e língua
se fendam em meus lábios.
derradeiro
finda com o beijo
na testa ou lá
à beira impotente
o desejo que guardava sem mim
morde a fronha e sonha
que decadente!
consuma urgente
meu cheiro de jasmim
e seja encontro
de delicadezas do desamar
que de tanto amar-te,
tonto amar-te,
mar morto, náufrago
e saiba que enjoada, cá
navegarei, navegarei
meio descontente
com o que sobrou
de nós dois
na testa ou lá
à beira impotente
o desejo que guardava sem mim
morde a fronha e sonha
que decadente!
consuma urgente
meu cheiro de jasmim
e seja encontro
de delicadezas do desamar
que de tanto amar-te,
tonto amar-te,
mar morto, náufrago
e saiba que enjoada, cá
navegarei, navegarei
meio descontente
com o que sobrou
de nós dois
sobre as flores
das papoulas oníricas
líricas como transe
empapuço-me
e torpe, talvez imbecilizado
abestiado
escarro minha rima
esverdeada e podre
cuspo a perversão, o ciúme,
a inveja humana
não amo, não protejo
apenas cortejo
o que quero fúnebre
e inebriado
encorajo-me
sou verso no gargarejo
e poesia de lampejo.
líricas como transe
empapuço-me
e torpe, talvez imbecilizado
abestiado
escarro minha rima
esverdeada e podre
cuspo a perversão, o ciúme,
a inveja humana
não amo, não protejo
apenas cortejo
o que quero fúnebre
e inebriado
encorajo-me
sou verso no gargarejo
e poesia de lampejo.
apetece-me o alento
em meu ombro amigo
mas jaz-mim
flores e figo
num sonho furtivo
de um amanhã que não virá
sonhei com duetos
tercetos
e valsas em lá menor
mas se voas
meu signo voa contigo
e o teu tatuado em mim.
mas jaz-mim
flores e figo
num sonho furtivo
de um amanhã que não virá
sonhei com duetos
tercetos
e valsas em lá menor
mas se voas
meu signo voa contigo
e o teu tatuado em mim.
Overdose do caos, do caótico
Que depreda meu nervo óptico
Que tomba minha visão
Desdenha-me a metrópole
Caída no planalto
O centro e seu cedro malvado
Que perpetra o vício
E a falta de afeto
Não tenho teto, nem país
Brasília zero grau,
Menos um grau
A frieza quebra
Nos desertos sentimentais
Na secura do ar
Que me resseca o ventre
Brasília em suas distâncias
Mistura todas as substâncias
Overdose das ânsias
E ignorâncias.
Que tomba minha visão
Desdenha-me a metrópole
Caída no planalto
O centro e seu cedro malvado
Que perpetra o vício
E a falta de afeto
Não tenho teto, nem país
Brasília zero grau,
Menos um grau
A frieza quebra
Nos desertos sentimentais
Na secura do ar
Que me resseca o ventre
Brasília em suas distâncias
Mistura todas as substâncias
Overdose das ânsias
E ignorâncias.
ensinou-me os paraísos
em todos os sentidos
aguçou minhas sensibilidades
debulhou imprecisas possibilidades
foi-se sem aviso
dilacerar novos seres...
e no negro da noite
esperei por ti
reinventei-te
em tragos descomunais
porções de haxixe
campos de papoulas...
e no negro da noite
entreguei-me a outros braços
a outros vícios
quis-me paraíso narciso
com cipós brotando nas narinas
seus olhos habitando minha vagina...
e no negro de meu ser
seu sexo ereto em minha boca
o martírio de vitórias-regias
em meus olhos
acordo sozinha
vazia de nós.
aguçou minhas sensibilidades
debulhou imprecisas possibilidades
foi-se sem aviso
dilacerar novos seres...
e no negro da noite
esperei por ti
reinventei-te
em tragos descomunais
porções de haxixe
campos de papoulas...
e no negro da noite
entreguei-me a outros braços
a outros vícios
quis-me paraíso narciso
com cipós brotando nas narinas
seus olhos habitando minha vagina...
e no negro de meu ser
seu sexo ereto em minha boca
o martírio de vitórias-regias
em meus olhos
acordo sozinha
vazia de nós.
amor de trepadeira
perdi a conta de quantas vezes
me entreguei inteira por amor
e acabei com aquele sorriso
amarelo que desbota folhas
mortas e imprestáveis
para fotossíntese
embotado sonho do bem querer
desarma e ilude verde-flora
desabrocha no perfume doce
trepa como quem ama e rouba
jogando sementes daninhas
ao chão estéril do engano
como me sufoca a dádiva
o mais sarcástico castigo
é ter outro ser apossado
em minhas largas copas
esqueço-me caule e raiz
e jaz apenas sombra no mato
me entreguei inteira por amor
e acabei com aquele sorriso
amarelo que desbota folhas
mortas e imprestáveis
para fotossíntese
embotado sonho do bem querer
desarma e ilude verde-flora
desabrocha no perfume doce
trepa como quem ama e rouba
jogando sementes daninhas
ao chão estéril do engano
como me sufoca a dádiva
o mais sarcástico castigo
é ter outro ser apossado
em minhas largas copas
esqueço-me caule e raiz
e jaz apenas sombra no mato
esquece-me
que já o fiz
estou de fora
nas alamedas
no vento baldio
ouço quem implora
nas paineiras
que dançam felizes
vejo a deflora
enquanto voa
redemoinho com elas
a tramela chora
e se vou infinita
sou pedra aflita
no reino da hora
não me peça
toma-me cálice
por inteiro e devora
soul-te
todo tempo
na demora.
estou de fora
nas alamedas
no vento baldio
ouço quem implora
nas paineiras
que dançam felizes
vejo a deflora
enquanto voa
redemoinho com elas
a tramela chora
e se vou infinita
sou pedra aflita
no reino da hora
não me peça
toma-me cálice
por inteiro e devora
soul-te
todo tempo
na demora.
paineiras
resisti o quanto pude
à constância seca
ao vento do deserto
desisti do ser rude
a grama quase verde
o olhar deitado ponte
não leva a outro lugar
nem é o bastante
o inverno de Brasília
traz chuva de flores
olhares paranoados
e vísceras aluadas
meio-dia, Planalto Central
e alguém me assiste
é sol na catedral
e eu já desisti do riste
à constância seca
ao vento do deserto
desisti do ser rude
a grama quase verde
o olhar deitado ponte
não leva a outro lugar
nem é o bastante
o inverno de Brasília
traz chuva de flores
olhares paranoados
e vísceras aluadas
meio-dia, Planalto Central
e alguém me assiste
é sol na catedral
e eu já desisti do riste
florada dos ipês
enfim é setembro
a secura permanece
mas seus dedos permeiam
a revoada de cores
em minhas pétalas
sua língua choveu três dias
entre minhas pernas
e nem é primavera
seu palato ainda
traz o perfume de flor
para dentro de minha derme.
a secura permanece
mas seus dedos permeiam
a revoada de cores
em minhas pétalas
sua língua choveu três dias
entre minhas pernas
e nem é primavera
seu palato ainda
traz o perfume de flor
para dentro de minha derme.
meu avô e o umbuzeiro
a árvore pendia-se
em sons farfalhos
e inspirava sonhos
ele se misturava
às suas sombras
e galhos mortos
sob a fronde
do umbuzeiro
ele dormia
enquanto folhas
caíam aos pés
face
ventre
não seria nada
se não fosse tudo
a escuridão revelava
duas faces anciãs
a realidade imprimia
um só elemento.
em sons farfalhos
e inspirava sonhos
ele se misturava
às suas sombras
e galhos mortos
sob a fronde
do umbuzeiro
ele dormia
enquanto folhas
caíam aos pés
face
ventre
não seria nada
se não fosse tudo
a escuridão revelava
duas faces anciãs
a realidade imprimia
um só elemento.
reparto
excisão do fruto
o desejar do parto
a semente do poeta
sêmen na mente
brota quase maduro
no reparto do caos
germina in vitro
traz a carga imunda
daquilo que se nega
e imune à esperança
desdenha avoengas
de olhos assombrados
tal erva daninha alastra-se
toma vales esquecidos
com a fúria do querer empírico.
o desejar do parto
a semente do poeta
sêmen na mente
brota quase maduro
no reparto do caos
germina in vitro
traz a carga imunda
daquilo que se nega
e imune à esperança
desdenha avoengas
de olhos assombrados
tal erva daninha alastra-se
toma vales esquecidos
com a fúria do querer empírico.
Está suspenso entre o bem e o mal
Flutuas lúgubre,
Entre o julgável e o tangível
Suas têmporas sábias,
De tão sábias chegam a ser belas
E seus olhos azuis apenas contemplam
O inimaginável.
Não é alguém que brota
Nos sóis matinais,
Nem nas luas soturnas,
É Saturno, Urano, quem sabe...
É além do que sei,
Do que compreendo.
Está além dos jardins,
Das florestas,
Das grotas,
Dos coqueirais,
Dos cerrados,
Dos manguezais.
É a própria paz,
Traz em si uma nobreza tocante
Que faz ferver as idéias,
Mas palavras, adjetivos parcos,
Superlativos tendenciosos,
Não contemplarão seu ser abastado do mundo
E sendo assim parece-me inútil
Dizer-te o que é indizível,
Inalcançável.
Entre o julgável e o tangível
Suas têmporas sábias,
De tão sábias chegam a ser belas
E seus olhos azuis apenas contemplam
O inimaginável.
Não é alguém que brota
Nos sóis matinais,
Nem nas luas soturnas,
É Saturno, Urano, quem sabe...
É além do que sei,
Do que compreendo.
Está além dos jardins,
Das florestas,
Das grotas,
Dos coqueirais,
Dos cerrados,
Dos manguezais.
É a própria paz,
Traz em si uma nobreza tocante
Que faz ferver as idéias,
Mas palavras, adjetivos parcos,
Superlativos tendenciosos,
Não contemplarão seu ser abastado do mundo
E sendo assim parece-me inútil
Dizer-te o que é indizível,
Inalcançável.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Embala-me em teu berço absurdo
De concreto e fumaça
Tuas samambaias nas encostas
Lembra-me a mata
Tua música singular
Teu canto caótico
Faz-me ninar
Entre carros, televisões, visões,
E máquinas.
Sou teu filho bastardo
Não desejado
Em um canto largado
Metrópole, eu chamo-te mãe,
Mas é esfinge
E não te decifro,
Devora-me.
Tuas samambaias nas encostas
Lembra-me a mata
Tua música singular
Teu canto caótico
Faz-me ninar
Entre carros, televisões, visões,
E máquinas.
Sou teu filho bastardo
Não desejado
Em um canto largado
Metrópole, eu chamo-te mãe,
Mas é esfinge
E não te decifro,
Devora-me.
Hera
de lábio em lábio
minha amada Agatha
está morando,
na longínqua lenda
dos ardis
ela me escapa entre as pernas
volta para cá em pensamento
ela a julgar-me alguma deusa
eu a julgá-la incerta musa
eu canto a chamar-lhe pura elegia
e como Lídia resplandece em culto
ao sol se pôr já é Sara
e quando lua brilha nos olhos
de Marias de dedos de moças
como Rosas rubras escandidas
em meio às estrelas que rodeiam
e então derrama a sua luz feito
tantas outras Amélias, Anas,
Camélias suaves em Aurora-Flor.
minha amada Agatha
está morando,
na longínqua lenda
dos ardis
ela me escapa entre as pernas
volta para cá em pensamento
ela a julgar-me alguma deusa
eu a julgá-la incerta musa
eu canto a chamar-lhe pura elegia
e como Lídia resplandece em culto
ao sol se pôr já é Sara
e quando lua brilha nos olhos
de Marias de dedos de moças
como Rosas rubras escandidas
em meio às estrelas que rodeiam
e então derrama a sua luz feito
tantas outras Amélias, Anas,
Camélias suaves em Aurora-Flor.
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